Heródoto Barbeiro: quem dá é que deve ficar grato

O mestre Seistsu precisava de acomodações maio­res, uma vez que o prédio no qual ensinava estava su­perlotado. Umezu, um comerciante, decidiu doar 500 pe­ças de ouro para a construção de um novo edifício. Umezu levou o dinheiro ao instrutor e Seistsu lhe disse: “Está bem, eu o aceito”. Umezu deu-lhe o saco de ouro, mas ficou aborrecido com a atitude do Instrutor, pois dera uma quantia alta. Uma pessoa poderia viver o ano inteiro com três pe­ças de ouro e o Instrutor nem sequer lhe agradecera. “Neste saco há 500 peças de ouro”, insinuou Umezu. “Você já disse isso antes”, disse Seistsu. “Até mesmo para mim, que sou um rico comerciante, 500 peças de ouro é muito dinheiro”, disse Umezu. “Você quer que eu lhe agradeça por isso?”, disse Seistsu. “Deveria”, respondeu Umezu. “Por que deveria?”, perguntou Seistsu. “Quem dá é que deve ficar grato.”

Heródoto Barbeiro, em Buda: O mito e a realidade

Foto: Sharon McCutcheon

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