É dito que a lembrança da morte é, em especial, uma amiga e mestra para aquele que quer praticar o Darma. Lembrar da morte age como um desencorajador para o apego e a má-vontade excessivos. Quantas disputas, discordâncias fúteis, grandes ambições e inimizades não se tornam insignificantes quando se reconhece a inevitabilidade da morte? Através dos séculos, professores budistas têm encorajado os praticantes sinceros do Darma a lembrarem-se da morte, a lembrarem-se da impermanência desta personalidade. Há alguns anos, eu tive um amigo que foi para a Índia para estudar meditação. Ele se aproximou de um mestre budista muito renomado e sábio e pediu algumas instruções sobre meditação. O mestre estava relutante em orientá-lo porque não estava confiante da sua sinceridade. Meu amigo insistiu várias vezes. Finalmente, o mestre lhe disse para retornar no dia seguinte. Cheio de expectativa, meu amigo foi vê-lo conforme combinado. O mestre lhe disse: “Você vai morrer; medite sobre isso.”
Peter D. Santina
Foto: Rubén Bagüés